Anvisa libera uso de Mounjaro para emagrecimento no Brasil 6252
Especialistas avaliam que a decisão representa um avanço no tratamento da obesidade. 4j1h22
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou uma nova indicação para o medicamento Mounjaro, agora também aprovado para o tratamento da obesidade e do sobrepeso em pessoas sem diabetes. Produzido pela farmacêutica americana Eli Lilly, o remédio é aplicado por injeção e tem como princípio ativo a tirzepatida. 125c39
Já disponível no país desde 2023 para controle do diabetes tipo 2, o Mounjaro se junta a outros medicamentos usados no combate à obesidade, como o Ozempic, Wegovy e Saxenda.
Segundo divulgado pela Agência Brasil, a nova indicação permite que o remédio seja prescrito a pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg/m² — faixa considerada obesa — ou a partir de 27 kg/m², desde que haja alguma comorbidade associada, como hipertensão ou colesterol elevado.
Especialistas avaliam que a decisão representa um avanço no tratamento da obesidade. Para o diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Alexandre Hohl, a ampliação do uso da tirzepatida marca um novo momento na medicina, com drogas que transformam a vida de quem convive com o excesso de gordura corporal.
Ele destaca que a substância se diferencia das anteriores por atuar com dois mecanismos hormonais — GLP-1 e GIP — enquanto as anteriores atuavam apenas com GLP-1. Segundo Hohl, isso amplia o arsenal terapêutico e possibilita atender um número maior de pessoas com mais eficiência.
O Mounjaro já começou a ser comercializado no Brasil, mas seu custo elevado ainda é um entrave. A dose mensal pode variar entre R$ 1.400 e R$ 2.300, dependendo da concentração. Outras opções disponíveis no mercado custam entre R$ 600 e R$ 1.000 por mês.
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Apesar do entusiasmo com os resultados, médicos alertam para a importância de manter hábitos saudáveis durante o tratamento. De acordo com o portal citado, Fábio Moura, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os medicamentos funcionam bem, mas não substituem mudanças no estilo de vida. Ele reforça que uma alimentação balanceada e a prática de atividades físicas são fundamentais para a eficácia do tratamento.
Moura também lembra que, apesar de serem consideradas seguras para o coração, fígado e rins, essas substâncias podem causar efeitos colaterais, especialmente no sistema gastrointestinal. Além disso, não devem ser usadas por gestantes ou mulheres que estão amamentando, já que não foram testadas nesses grupos.