Internado na UTI, Bolsonaro é intimado pelo STF por tentativa de golpe 2ij69
O momento foi gravado e divulgado pelo ex-presidente 3l2r16
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) enquanto estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília, na quarta-feira, 23. 326xe
A intimação faz parte do processo em que Bolsonaro se tornou réu por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A decisão foi tomada depois que a Corte avaliou que o ex-presidente estava em condições de receber a notificação judicial após participar de uma live na segunda-feira, 21.
A entrega do documento foi feita por uma oficial de justiça às 12h47 na UTI. A partir do momento em que assinou a citação, Bolsonaro ou a ter cinco dias de prazo para apresentar sua defesa prévia.
Nessa etapa, ele pode indicar provas, apresentar a lista de testemunhas e levantar argumentos jurídicos para se defender da acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A intimação ocorreu após o STF avaliar que, mesmo internado na UTI, Bolsonaro demonstrava condições clínicas para ser citado.
A principal justificativa da Corte foi a participação do ex-presidente em uma live realizada na terça-feira, 22, diretamente do hospital.
Segundo nota do Supremo, a atividade indicava que havia “possibilidade concreta” de formalização da intimação.
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Intimação entregue na UTI gerou críticas de aliados do ex-presidente 1z5w34
Aliados políticos de Bolsonaro criticaram a atitude e classificaram a decisão como “falta de bom senso”. Para eles, a citação poderia ter sido adiada até a alta hospitalar.
Bolsonaro está internado desde o dia 12 de abril, após ar por uma cirurgia para desobstrução intestinal, descrita pela equipe médica como “extremamente complexa e delicada”.
De acordo com boletim médico divulgado na terça-feira, o ex-presidente segue com boa evolução clínica.
Ele apresenta sinais de movimentação intestinal, continua em jejum oral e recebe nutrição por via intravenosa, chamada de nutrição parenteral.
Entenda a ação penal 6sxn
A ação penal contra Bolsonaro foi aberta no Supremo após a Primeira Turma da Corte aceitar, por unanimidade, a denúncia da PGR.
A decisão foi tomada no dia 26 de março, com votos dos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Além de Bolsonaro, outras sete pessoas foram denunciadas no mesmo núcleo da suposta organização criminosa.
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Segundo a PGR, Bolsonaro integra o chamado “núcleo 1” da denúncia, formado por lideranças políticas que teriam atuado na tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A acusação sustenta que o grupo agiu de forma coordenada para promover um golpe de Estado.
Os crimes atribuídos aos réus são: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado.
Com a aceitação da denúncia, Bolsonaro ou à condição de réu e agora deve responder à ação penal na Suprema Corte.
A tramitação segue sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que também é responsável por outras investigações relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Caso a defesa não seja apresentada no prazo legal, o STF poderá nomear um defensor público para atuar em nome do réu. A ausência de manifestação da defesa não impede o avanço do processo, que seguirá para a fase de instrução.
Nessa etapa, o Supremo ouvirá testemunhas, analisará provas e avaliará se há elementos suficientes para uma eventual condenação.
Nos bastidores do STF, a expectativa é de que o julgamento de Bolsonaro e dos demais integrantes do núcleo político ocorra ainda em 2025, após a conclusão das fases processuais.
A ação é considerada uma das mais relevantes em curso no Supremo, por envolver a possível tentativa de ruptura institucional no país.