Morre Papa Francisco, primeiro líder latino-americano da Igreja Católica 4g3y2b
A morte de Papa Francisco encerra um capítulo marcante na história da Igreja Católica. 1l4l1a
O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (21) a morte de Papa Francisco, aos 88 anos. Jorge Mario Bergoglio, natural de Buenos Aires, foi o 266º pontífice da Igreja Católica e o primeiro latino-americano a ocupar o cargo. Ao longo de 12 anos como Papa, destacou-se pela simplicidade, firmeza moral e proximidade com os mais vulneráveis. 3m654r
Internado por cerca de 40 dias em decorrência de uma bronquite que evoluiu para uma pneumonia bilateral, Francisco já havia apresentado sinais de fragilidade no início de fevereiro, quando precisou de ajuda para conduzir uma audiência religiosa.
O agravamento do quadro levou à sua hospitalização no hospital Agostino Gemelli, em Roma. Durante o período, chegou a se ausentar da tradicional oração dominical na Praça de São Pedro e manteve participação limitada nas atividades religiosas.
O diagnóstico de infecção polimicrobiana tornou o quadro mais delicado, mas ele recebeu alta médica pouco antes do falecimento.
Ainda não há informações oficiais sobre o funeral, e a escolha do novo pontífice deve ocorrer nas próximas semanas.
Antes de sua trajetória religiosa, Bergoglio se formou em Ciências Químicas e atuou como técnico de laboratório. Entrou para a Companhia de Jesus em 1958, iniciou o noviciado e, dois anos depois, fez os votos como jesuíta no Chile.
Em 1969, foi ordenado sacerdote. Galgou posições na hierarquia da Igreja: tornou-se bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992, arcebispo em 1998 e cardeal em 2001. Sua eleição como Papa, em 2013, ocorreu após a renúncia inédita de Bento XVI, que deixou o cargo por fragilidade física.
Mesmo relutante quanto à nomeação, Francisco acolheu a missão com dedicação e fé. Filho de imigrantes italianos e com agens como professor de Literatura, tornou-se uma figura carismática, próxima dos fiéis e respeitada entre os cardeais.
Seu pontificado foi marcado por enfrentamentos diretos a problemas estruturais da Igreja, como os escândalos de abuso sexual e a crise de representatividade.
Buscou maior inclusão de minorias, permitindo a bênção a casais homoafetivos e abrindo espaço para mulheres em cargos de liderança, inclusive com direito a voto em assembleias do Sínodo dos Bispos. Ainda assim, manteve posições conservadoras em certos temas, como a ordenação feminina.
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Nas relações internacionais, não se esquivou de posicionamentos firmes. Condenou líderes envolvidos em conflitos armados e cobrou ações humanitárias da União Europeia durante a crise migratória.
Um dos momentos mais emblemáticos de seu pontificado ocorreu durante a pandemia de Covid-19, quando rezou sozinho na Praça São Pedro, representando o mundo em isolamento.
Inspirado por São Francisco de Assis, escolheu o nome papal como símbolo de sua devoção aos pobres e excluídos. Seu lema, “Miserando atque eligendo” — “Olhou-o com misericórdia e o escolheu” —, refletia sua visão pastoral e seu compromisso com a compaixão.
Entre as transformações mais significativas de sua gestão, está a reforma da Cúria Romana, com foco em maior transparência financeira e modernização da estrutura istrativa do Vaticano.
A morte de Papa Francisco encerra um capítulo marcante na história da Igreja Católica, mas deixa um legado de humanidade, coragem e renovação.